O fim de semana foi de boas notícias para o esporte sombriense, especialmente para o futsal, com a conquista inédita da vaga na fase estadual das Olimpíadas Escolares de Santa Catarina, a Olesc, nos naipes masculino e feminino, sub16. Mas a pergunta a ser feita é: até quando base de times profissionais representarão municípios nas competições da Fesporte?
Falo isso porque ao ver o professor Fábio Schimidt da Rocha, de Sombrio, como destaque numa imagem publicada pela própria Fesporte (principal deste post), após a derrota por 4 a 1 para São José na semifinal, me chamou a atenção o técnico do time de São José com agasalho do Avaí. Poderia ser apenas uma roupa de um torcedor, mas toda a comissão técnica da equipe estava vestida de Avaí, dando sinais claros de que a base do time profissional representava São José.
E não é a primeira vez. Vimos muitas vezes, aqui mesmo na nossa região, extremo sul do estado, o antigo Colegial, profissional de futsal, jogando por Florianópolis nesta modalidade. A Cimed Vôlei por Floripa ou São José nos Jogos Abertos. A Malwee por Jaraguá, o Joinville/krona, Futsal profissional pela cidade que leva o nome do clube. No campo já vimos aqui mesmo pertinho, o Criciúma EC e sua base representar a cidade e o pior, Figueirense e Avaí vestirem camisas de duas cidades, um pela capital e a outra na grande Florianópolis.
Para que servem estas competições? Qual objetivo da Fesporte, uma entidade estadual, do Governo, mantida com recursos públicos de impostos pagos por todos nós? É pra fomentar? De que forma? De que adianta um menino ou menina se dedicar o ano inteiro, um município como Sombrio, ou outros aqui de nossa região pagarem professores para treinos de rendimento, com toda dificuldade que conhecemos para chegar lá na frente, num regional, ou estadual e uma prefeitura grande fechar acordo com um clube e simplesmente colocar este time, profissional ou sua base, a representar a cidade?
Deixem eles onde estão e para o que estão. Que disputem as competições de clubes. A Fesporte pode, deve ter meios para isso, mudar esta situação e proibir isso de alguma forma. Como? Bom, aí precisamos sentar todos e discutir forma. Estou a disposição pra isso, não vou só apresentar o problema, mas precisamos juntos encontrar uma solução.
Em tempo:
O mais estranho e feio da imagem publicada pela própria Fesporte e´que, além do uniforme do Avaí no treinador, ele sequer tinha o direito de estar dentro da quadra, por provavelmente não ser professor de educação física e não estar credenciado pelo Cref, o que a Fesporte obriga, então pela grade, da arquibancada, orienta seus meninos contra o time do PROFESSOR Fábio que com muito esforço conquistou as duas vagas para o estadual da Olesc, sendo bronze no masculino e prata no feminino.
É sempre uma epopeia quando se conquista algo assim, afinal, não somos clubes, somos cidades que fomentam o esporte de base no dia a dia sem os milhões de times profissionais a disposição.
