Em reunião realizada na noite de terça-feira, a diretoria do Turvo EC bateu o martelo de que deveria publicizar a ideia de saída da Larm, sem esconder mais os descontentamentos que eram demonstrados nos bastidores com a diretoria da Liga Atlética da Região Mineira, muito especialmente com seu presidente, Guilherme Gomes.
Após noticiarmos no Instagram do Canal a “bomba” que atingia o futebol amador da região, duas entrevistas do técnico do time e membro da diretoria, Valcir Milanez, o Zebra, na rádio Imigrantes e na rádio Mampituba, deram sequência a ideia ventilada.
O presidente da Larm, Guilherme Gomes, contactado pelo Canal no início da tarde desta quarta-feira, falou que não recebeu nenhum contato dos dirigentes sobre estes descontentamentos que ainda não estão claros quais são exatamente. “Sem diálogo não há relacionamento. Estamos abertos a ouvi-los e dialogarmos”, comentou o presidente.
E o diálogo parece que será o próximo passo. A diretoria, comandada pelo presidente Eloir Paganin, deve procurar Guilherme Gomes para uma reunião nos próximos dias e aparar as arestas, ou definitivamente romper com a Larm e iniciar de vez tratativas para entrar na Liga Atlética Vale do Mampituba, a Lavm.
“Ano passado a Larm tinha cinco times da Amesc e por vezes, na hora das decisões, somos preteridos em favor da Amrec, então é melhor fortalecermos a liga da nossa região”, disse Zebra, em resposta ao jornalista Felipe Daboit, no programa Mampituba Esportes, nesta quarta-feira.
Os motivos
O Turvo EC foi alvo de críticas e por relacionamento próximo de mais com a Larm, por parte do Metropolitano, nas finais da Larm de 2021, após jogo polêmico em que venceu em casa o jogo de ida, por 2 a 1, com um gol de pênalti e um gol de cabeça de João Simon, o mais reclamado pelo time de Nova Veneza, alegando falta em passarela, não marcada pelo árbitro Nazareno. Naquele ano, primeira competição após fim das restrições da pandemia de Covid-19, Turvo terminou campeão do Regional.
No ano seguinte, o primeiro problema apareceu. A partida de abertura da Larm contou com desfalque importante para o Turvo, que contratou Thiago Silvy, mas não conseguiu inscrevê-lo a tempo da estreia. Reclamação apenas nos bastidores, nos microfones nada dito oficialmente. Turvo terminaria a Copa Sul como campeão, novamente batendo o Metropolitano na final, mas sem polêmica. No Regional da Larm de 2022, Turvo acabou na terceira colocação e sem problemas informados, de parte a parte.
Já 2023 parecia que seria de harmonia, com Guilherme Gomes participando do evento de prestação de contas do ano de 2022 da diretoria do Turvo e da posse do presidente Eloir Paganin, no comando da equipe. A recíproca veio com a assinatura do Turvo, através de seu presidente, na reeleição de Guilherme Gomes, no fim de fevereiro, para mais quatro anos de mandato frente a Larm.
Depois, com uma Copa Sul confusa em termos de regulamento, organizada pela Liga Verde Vale, mas que a partir de seu início andou normalmente, começaram os primeiros murmurinhos. Dirigentes do Turvo reclamaram a ausência do presidente da Larm em jogos importantes do clube, que representava a liga na reta final da competição, alegando que ele ia a jogos do outro representante, o rival Metropolitano e, na final, em mais um encontro dos dois times, teria sido visto no banco de reservas do Metrô, conversando com o Staff do clube. Algo até comum no futebol amador, mas que desagradou torcedores e dirigentes turvenses.
Para marcar mais um capítulo desta novela, Turvo e Metropolitano se encontrariam por força do destino, na abertura da Larm de 2023, em Nova Veneza. Vitória do Metrô, por 1 a 0, mas com erro grave de arbitragem em um pênalti não marcado para o time turvense. Muita reclamação e, de acordo com Zebra em entrevista na rádio Imigrantes na manhã desta quarta-feira, uma frase que marcou negativamente e arranhou de vez a relação. Zebra disse que ouviu a seguinte frase, sem citar quem a proferiu: “vocês fazem time ruim e querem que a gente ajude”.
Errata: Anteriormente dissemos na reportagem que Zebra disse que foi Guilherme quem disse. Erro do Canal, ele não citou quem falou essa frase.
Última partida na Larm?
Neste sábado, em casa, Turvo joga diante do Vila Nova aquela que pode ser a última partida do time na sua história no Regional. Se perder está fora da competição e, caso não apare as arestas com a diretoria da Larm, caso não se entendam para a manutenção da relação futura, esse jogo pode ser a despedida turvense da Larm. Se empatar, precisa torcer por um empate com pelos menos dois gols a mais pra cada time do que o seu jogo, entre Ouro Negro e Rui Barbosa, em Forquilhinha. Se vencer, se classifica e segue na Larm, pelo menos até enquanto for passando de fase na competição.
Perder um time como o Turvo não seria bom para a Larm e por isso o presidente Guilherme Gomes deve se empenhar e entender o que se passa para tentar apaziguar a relação, com habilidade política que lhe é peculiar. Já para a Lavm, presidida por Juliano Alves Coelho, a chegada do Turvo pode abrir um precedente importante e marcar uma virada de chave no tamanho dos investimentos dos times que disputam a competição.
Uma das fontes que informou sobre o litígio disse também que mais times podem seguir o caminho do Turvo. Mas, o Canal teve resposta de pelos menos duas equipes da Amesc que não querem sair da Larm: Araranguá EC, hoje na segunda divisão, e 6Caneco, de Sombrio, time da primeira divisão que também precisa vencer sábado para se classificar.
A partida de sábado terá transmissão do Canal e certamente este será um dos assuntos das entrevistas pré e pós jogo.
